Atualizado em 22 de dez. de 22
Neste ano de 2022 a decifração dos hieróglifos completa 200 anos. Coube ao francês Jean-François Champollion a etapa final deste processo, uma vez que muitos outros estudiosos já tinham dado passos importantes no entendimento da língua. Assim, com a publicação da “Carta ao Sr. Dacier relativa aos hieróglifos fonéticos” por Champollion, em 1822, temos o início da Egiptologia, que está sendo comemorada em muitos lugares do mundo.
Aqui no Brasil pensamos que esta data não poderia passar em branco. Desta forma, para celebrar os 200 anos da Egiptologia realizamos uma exposição que marca o início das relações entre o Brasil e o Egito. Em novembro foi inaugurada, no Espaço de Arte Francis Bacon, junto ao Museu Egípcio e Rosacruz, a mostra temporária “O Egito dos Imperadores” promovida pelo Museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso, de Ponta Grossa, e pelo Museu Egípcio e Rosacruz, de Curitiba.
Cerca de 30 peças entre esculturas e telas estão em exibição e a mostra é constituída por duas partes: na primeira tratamos do acervo de antiguidades adquirido pelo Imperador D. Pedro I e, na segunda, das viagens e do interesse do Imperador D. Pedro II pelo Egito. Foi no reinado de D. Pedro I, em 1826, que peças arqueológicas egípcias foram trazidas da França para o Rio de Janeiro e constituíram o núcleo de uma coleção que foi uma das primeiras das Américas.
Para apresentar esta parte da exposição, além de contarmos a história sobre a proveniência e a aquisição destas antiguidades, produzimos uma série de réplicas (80 no total), das peças que integravam a coleção do Museu Nacional. Assim, o público poderá conhecer estes objetos, sendo que um deles nunca tinha sido exposto no museu. O destaque desta primeira parte é a múmia de Hor-sa-Aset exposta de forma a lembrar a chegada das peças no porto do Rio de Janeiro.
A segunda parte da exposição trata do interesse do Imperador D. Pedro II pelo Egito e apresenta parte do roteiro das suas viagens, em 1871 e 1875/76, por meio de um mapa e 28 fotos da época que pertencem à coleção D. Thereza Christina da Biblioteca Nacional, acompanhadas pelas descrições do imperador que foram registradas em seus diários. O monarca realizou estudos, proferiu conferências e manteve correspondências com egiptólogos da época, como Auguste Marriete e Henrich Brugsh, e a sua segunda viagem, longe de ser uma simples visita, dado o seu registro escrito e fotográfico, pode ser considerada a primeira exploração nacional na terra dos faraós. Nesta parte da exposição está exposta uma réplica da estatueta da dama “Takushit”, que foi dada ao imperador como presente pelo Khediva Ismail e, na parte final, 97 fotos de diversos itens da coleção egípcia dos imperadores que foram feitas entre 1998 e 2001, por Martha Locks e por Moacir Elias Santos, das mais de 700 que hoje mantém o acervo do Museu de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso como um registro precioso desta coleção.
As fotos expostas são mostradas de forma indireta, através de uma cortina, cuja a diafanidade representa a perda de parte desta coleção. Volte no tempo conosco e conheça esta história por meio da mostra temporária “O Egito dos Imperadores”!
Agradecimentos a todos(as) que colaboraram com a exposição:
Cicero Moraes
Eduardo D’Avila Vilela
Elia Auer Santos
Ewerson Dubiela
Jeferson Fernando Nabosni
Liane Maria dos Santos Coelho (in memorian)
Liliane Cristina Coelho
Luana Dantas Nabosni
Martha Locks
Raul Viezzer
Vivian Noitel Valim Tedardi
Viviane Lima
* Texto escrito pelo Arqueólogo e Professor Moacir Elias Santos.
Serviço
Exposição O Egito dos Imperadores
Local: Espaço de Arte Francis Bacon – Ordem Rosacruz (AMORC)
Endereço: Rua Nicarágua, 2620 - Bacacheri - 82515-260 - Curitiba, Paraná.
Entrada: Franca
Data: de 02 de novembro a 30 de dezembro de 2022.
Horário: de terça a sexta-feira das 13h30 às 17h. O Espaço não abre nos feriados.
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