Atualizado em 19 de ago. de 22

Eu acho que todo artista, ator é um “obsidiado”, e falo isso com todo o peso que essa palavra possa representar. Eu acho sim!

Porque o ator é atormentado constantemente por não vontades de si mesmo. Eu sempre tive medo de isso não ser normal, e pelo que parece a muitos, não é mesmo rsrsr.

Eu sempre tive medo de ser diagnosticado com esquizofrenia, ou algo do tipo. Não por preconceito ou algo assim, mas por ver pessoas próximas com esse diagnóstico e saber como elas sofrem com tudo isso.

Aí, eu, nas minhas elucubrações desnorteadas, paro e penso que o artista tem sua vida meio que dada a uma espécie de mediunidade, ou esquizofrenia. Não querendo jamais comparar esse minha perturbação diária com as que os médiuns, pessoas que tem o contato direto com o mundo dito extra físico - Não!

Diferente disso, parece que o contato que temos não é com o mundo dos não vivos, mas pelo contrário. O que sinto é que estamos em constante interação com o que é o agora. Em contato direto com o que mais parece como uma frequência de rádio clandestina, muitos barulhos, e quando não perturbadas por outras ondas, captam músicas, vozes, gritos e sussurros , mas como ondas eletromagnéticas trocadas, fora da onda Zero, essa do real.

Eita, parece que agora ficou complicado de entender, né? Até ouço o eco : “ Pane no sistema, alguém me desconfigurou...”

O que estou tentando falar é que muitas vezes somos encarados como loucos. Mas com todo respeito aos que acham isso, os loucos são vocês. Porque diferente do que esses pensam, nós, os loucos, estamos sempre procurando em outras dimensões, mesmo que paralelas a essa - e não a do além vida, como os médiuns fazem - buscando novas formas de compreender esse mundo e lidar melhor com ele e o todo ao redor. Ou seria traduzir alguns das idéias do que seria essa forma de compreender isso tudo? Não se sabe! Ainda não cheguei ao final desse livro.

Sinceramente, não sei onde estaremos daqui a alguns anos, mas compreender e tentar trazer compreensão é urgente.

O sentimento do ator, o gesto do palhaço, os passos do dançante, a envergadura que faz o contorcionista no palco, as dezenas de palavras que o poeta vomita cirurgicamente é uma tentativa de compreender tudo isso que passa, muitas vezes frenética e incansável por suas mentes, seus delírios orquestrados, seus lapsos de contenção, dos seus ensaios de vida.

A vida é muito gigante, não tem cabimento tentar leva-la olhando apenas em uma direção retilínea. Não dá. Ela é como as curvas de um rio, vão se arranjando , se desdobram, invadindo divisas...

Ela escorrega entre os dedos daqueles que se deixam levar...

A orquestra da vida é um tom sem fim... transborda.

Aos sensitivos, ou aos que tem aflorado o “dom” e o “tom, desta dança, meus sinceros votos de que

Se VIVA!

merda

texto de:

Bárbaro Xavier