Editais, freelas, live's. Como artistas pagam as contas na pandemia?
A Arte e a Cultura são, seguramente, umas das áreas mais atingidas pela pandemia. O trabalho dos atores e atrizes já não pode ser feito sem que hajam muitas restrições. Isso vai desde os grandes concertos musicais ou mesmo pequenos saraus também já não conseguem ser executados. É toda uma cadeia parada.
Os eventos relacionados à arte e a cultura, que na sua maioria precisam de locais físicos e de aglomeração, foram os primeiros a parar. Infelizmente, serão também os últimos a se normalizarem num cenário, ainda não tão nítido, de um pós pandemia.
Fomos atrás para entender como artistas estão fazendo para sobreviver durante a pandemia. As opções são poucas e raramente contam com algum auxílio governamental.
Freelas
O trabalho improvisado em áreas mais diversas são a primeira opção para quem sempre trabalhou somente com arte. São diárias ou horas de trabalho, via de regra mal remuneradas, em atividades de ainda continuam durante a pandemia. Vão desde confecção e venda de máscaras até diárias em trabalhos de auxílio à vítimas da covid.
Editais
O que não falta são Editais novos. Ocorre que, por mais que eles sejam vários ainda não são suficientes. Alguns selecionam 1, 2 ou até 1500 projetos. Mas vale lembrar que só em 2017 a arte a cultura tinha quase 1 milhão de pessoas trabalhando diretamente - não estamos falando aqui dos informais, que são uma realidade que há muito assola a classe artística.
Itaú, Netflix, Governos estaduais, Funarte. Os patrocinadores são muitos, mas ainda insuficientes para girar uma engrenagem imensa. Talvez a Lei emergencial, que após aprovada pela Câmara dos Deputados e Senado encontra-se na mesa do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para sanção ou veto, possa mitigar os efeitos catastróficos da pandemia.
Jobs feitos de casa
Publicidade talvez tenha sido uma das áreas mais rápidas a aceitar trabalhos feitos de casa. A famosa selftape veio dar lugar ao antigo teste. O elenco grava tudo de casa e envia para aprovação. O detalhe interessante é que, às vezes, depois de aprovada a pessoa também executará o trabalho de casa, seja com a ajuda de profissionais externos, seja fazendo por ela mesma toda a parte de edição, filmagem, maquiagem, figurino, etc.
Tirando projetos da gaveta
Ter um pouco mais de tempo para se dedicar a um projeto pessoal é uma boa opção. O ponto principal é que, muito provavelmente, esse projeto não trará retorno financeiro no curto prazo e será preciso encontrar outra fonte de renda.
Subsídios
O primeiro subsídio aprovado não englobava somente artistas, mas todos as brasileiras e brasileiros que se enquadrassem em alguns requisitos tais como em situação de desemprego, trabalho informal, autônomo, etc. Agora, com a já mencionada Lei Emergencial da Cultura, isso pode se tornar uma realidade para a classe artística. Um auxílio direcionado para a arte e a cultura foi incluído no texto de lei que será analisado em breve.
Teatro online com ingressos pagos
Ainda é um movimento muito inicial, mas algumas produções que são feitas on-line e com respeito ao distanciamento social. Na nossa agenda cultural existem algumas! A sua maioria são gratuitas, mas o passo está dado para que se possa cobrar e escalar produções assim.
Live’s
As lives são monetizadas via plataformas como Youtube ou via patrocinadores. Ocorre que pequenos artistas raramente terão uma receita mínima caso dependam exclusivamente da monetização da plataforma.
Antecipação de ingressos
Para os artistas que estavam com peças prontas para serem lançadas ou mesmo com projetos que certamente entrarão em cartaz no pós pandemia essa pode ser uma opção viável. Algumas companhias têm optado por fazer a antecipação da venda dos ingressos para os espetáculos futuros.
Vaquinha online
Outra opção é provocar o público por live’s, espetáculos online ou páginas, por exemplo, a fim de que arrecadar fundos. Cada um colabora com o que pode. Vale lembrar que parte dos espectadores de arte é formada por pessoas que não são artistas. Algumas delas não teve diminuição na sua renda e trabalham normalmente de casa nos chamados home office.
Você conhece algum outro meio de ajudar artistas durante a pandemia?
Poste aqui nos comentários! Faremos deste artigo algo vivo. Vamos atualizar com mais possibilidades de como artistas podem se unir e superar juntos esse momento.