04/09/2021 até 27/03/2022
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Classificação Livre
Descrição
O MAM Rio apresenta Vulcão (2021), obra da artista paulistana Carmela Gross. Composta por linhas amarelas e vermelhas de LED, a instalação em grande escala ocupa a fachada oeste do edifício projetado por Affonso Eduardo Reidy, a interpelar o olhar de quem caminha ao redor ou enxerga o museu à distância.
O projeto nasceu de um longo exercício, iniciado com desenhos em caderno, e passou por diversas etapas até chegar à empena do MAM Rio: “Entre 2017 e 2018, colecionei fotos de vulcões que encontrava em livros, jornais, revistas e meios eletrônicos. Elaborei a visualidade de cada uma por meio de operações digitais, ampliando, recortando e simplificando suas formas em manchas compactas em preto e branco”.
Após compor uma coleção de imagens de vulcões, Gross as processou digitalmente em pequeno formato e reproduziu cada uma por meio de desenhos em nanquim e lápis sobre papel, num exercício cotidiano de criar massas escuras e nuvens de fuligem.
Vulcão é um questionamento sobre arquitetura e arte, movimento e paralisia, pulsões de morte e vida. Convoca os públicos a participarem, de longe ou de perto, e por meio de lava, pó, gases e outros mistérios em erupção, firma a importância em fazer coro à força coletiva daqueles que enxergam.
Vulcão faz parte do Programa Intervenções 2021, patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, pela Icatu e Multiterminais, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.
Texto curatorial
Para Carmela Gross, os desenhos são sempre experiências ligadas às operações que constituem sujeito e mundo. Vulcão nasceu de um longo exercício que começou com desenhos em caderno até chegar à fachada oeste do MAM Rio em grande escala. A obra, composta de linhas amarelas e vermelhas de LED, pretende interpelar as miradas múltiplas das pessoas que caminham ao redor ou enxergam o prédio à distância.
Os diversos pontos e linhas luminosos que conformam os espaços urbanos orientam os trajetos cotidianos nas cidades. A trajetória de Carmela Gross mostra um interesse persistente em relacionar-se com esses espaços e tecnologias de orientação, e Vulcão é resultado desse impulso.
Sob a ordem da teimosia, a obra responde também ao desejo de refletir sobre um mundo em convulsão, que se rebela e se manifesta com a força dos cataclismas da história brasileira. A obra busca fundir-se ao urbano ao mesmo tempo em que orienta a reflexão, em um questionamento sobre arquitetura e arte, movimento e paralisia, pulsões de morte e vida. Convoca os públicos a participarem, de longe ou de perto, e, por meio de lava, pó, gases e outros mistérios em erupção, firma a importância de fazer coro à força coletiva daqueles que enxergam.
Sobre a artista
Carmela Gross nasceu em São Paulo, em 1946. Tem realizado trabalhos em grande escala que se inserem no espaço urbano e assinalam um olhar crítico sobre a arquitetura e a história urbana. O eixo comum, para além da diversidade dos contextos e das propostas elaboradas em cada caso, é o conceito básico de trabalhar-na-cidade. O conjunto de operações que envolvem desde a concepção do trabalho, passando pelo processo de produção, até a disposição no lugar de exibição enfatizam a relação dialética entre a obra e o espaço, entre a obra e o público/transeunte. Os trabalhos procuram engendrar novas percepções artísticas que afirmam uma ação e um pensamento críticos e que trazem à tona a carga semântica do lugar, seja ele um espaço público, uma instituição ou o momento de uma exposição.