4 atrizes do teatro musical que emocionam o Brasil e você precisa conhecer
A magia de um musical transcende os limites do palco quando grandes talentos se encontram em cena. É o caso de quatro atrizes brasileiras que fizeram ou continuam fazendo história no teatro musical brasileiro. Cada qual com a sua voz e personalidade, mas todas elas cheias de vida, emoção e amor pela arte.
Bibi Ferreira (1922-2019)
Com quase 80 anos de carreira, a icônica Bibi Ferreira é uma das maiores referências do universo dos musicais. A atriz, cantora, diretora e compositora integrou grandes clássicos como “My Fair Lady” e “Gota d’Água”, e deu vida a grandes divas do cenário musical como a fadista portuguesa Amália Rodrigues e a inesquecível atriz francesa Edith Piaf.
Filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi Ferreira nasceu no Rio de Janeiro, integrou a escola de dança do Teatro Municipal da cidade, estudou Teatro em Londres e foi uma das primeiras mulheres a dirigir espetáculos teatrais no Brasil.
A atriz, de ascendência portuguesa, argentina e espanhola, cantava em quatro idiomas. Bibi Ferreira fez filmes, apresentou programas de televisão, gravou discos e dirigiu shows. Hoje o mais importante evento de premiação do teatro musical do Brasil é o “Prêmio Bibi Ferreira” - uma homenagem à essa grande atriz do teatro nacional, que faleceu, em fevereiro de 2019, no Rio de Janeiro, com 96 anos.
Andrezza Massei (1976-)
Quem não se lembra da potente Úrsula em "A Pequena Sereia"? O papel da grande vilã da Disney foi mais um dos vividos por Andrezza Massei, uma veterana dos musicais que interpretou Dona Clotilde, em "Chaves - Um Tributo Musical"; Norman Desmond, em “Sunsent Boulevard”; e Madame Thénardier, em "Les Misérables" – espetáculo que lhe rendeu, em 2017, o Prêmio Bibi Ferreira como Melhor Atriz Coadjuvante.
Andrezza Massei é conhecida por integrar diversas produções da Broadway no Brasil. No extenso currículo de musicais constam espetáculos como “Mamma Mia!”, onde a atriz interpretou a irreverente Rosie, “Mudança de Hábito”, como a irmã Patrícia, “We Will Rock You”, onde deu vida a Killer Queen, e “Priscilla, A Rainha do Deserto”, como a mal-humorada Shirley.
Paulista da gema e conhecida pela sua veia cômica, Andrezza Massei é ainda dubladora e preparadora vocal. Formada na Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (conhecida como Universidade Livre de Música), iniciou sua carreira, em 1994, como cantora de jazz e blues.
Amanda Acosta (1978- )
De Bibi Ferreira a Carmen Miranda, Amanda Acosta já deu vida a grandes lendas da música brasileira, e a forte ligação com os palcos se estabeleceu logo na infância. A atriz, cantora, compositora e produtora teatral começou sua carreira aos quatro anos, cantando “Ursinho Pimpão” no programa Raul Gil e, em seguida, passou a integrar o grupo musical infantil “Dó-Ré-Mi”, onde permaneceu até entrar para o “Trem da Alegria”. O grupo infantil arrecadou 5 discos de ouro e 3 de platina.
No ano de 1992, o conjunto musical chegou ao fim, mas Amanda Acosta já havia dado início à sua carreira de atriz no teatro e na TV. A atriz fez cursos de interpretação, ballet clássico, sapateado, dança contemporânea, dança afro, canto lírico, canto popular, violão e pandeiro, entre outros.
A trajetória de Amanda Acosta conta com vários sucessos como “My Fair Lady”, “Carmen, a Grande Pequena Notável”, e “Bibi – Uma Vida em Musical”. Pelo seu trabalho no papel de “Bibi Ferreira”, neste musical de tributo, Amanda Acosta ganhou vários prêmios de melhor atriz de musical em 2018 (Prêmio Bibi Ferreira Melhor Atriz) e em 2019 (Prêmio Cesgranrio De Melhor Atriz De Musical).
Letícia Soares (1982-)
Aos 37 anos, Letícia Soares dá vida à primeira protagonista de sua carreira no teatro musical: Celie, uma garota de 14 anos que é abusada pelo pai, dando à luz a dois filhos do próprio progenitor. Um papel de destaque não só pelo protagonismo, mas também pela representatividade enquanto atriz negra.
O elenco de “A Cor Púrpura” é constituído por 18 atores negros. O musical, baseado no romance e no filme homônimos de Alice Walker e Steven Spielberg, conta uma história de racismo, violência, machismo e feminicídio. Letícia Soares também já foi alternante da personagem Delores, de “Mudança de Hábito”, em 2015, que assim como Celie, de “A Cor Púrpura”, foi um papel já vivido pela aclamada atriz norte-americana Whoopi Goldberg.
Natural do Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira, Letícia Soares mora, atualmente, em São Paulo, onde vem ganhando destaque na cena dos musicais desde que despontou, em 2013, em “O Rei Leão”. A atriz passou ainda pelos musicais “Se Essa Lua Fosse Minha” (2019), “Sunset Boulevard” (2019), “A Pequena Sereia (2018), “Les Misérables” (2017), entre outros.
Letícia Soares, que é também dubladora, estudou canto na Escola Portátil de Música do Instituto Casa do Choro. Antes de ingressar na carreira dos musicais, trabalhou como assistente social e professora de inglês.
Bibi Ferreira
