05/01/2021 até 06/03/2022
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Classificação Livre
Descrição
Uma comunidade com aproximadamente 30 casas, sendo que a maior parte dos moradores é da terceira idade. Uma paisagem industrial que havia sido abandonada, e que agora é tomada por arte e arquitetura integradas ao ecossistema local - essa é Inujima, uma pequena ilha localizada no Mar Interior de Seto, no Japão, com apenas 0,54 km².
A mostra “Simbiose: a ilha que resiste”, com curadoria de Yuko Hasegawa, diretora do 21st Century Museum of Contemporary Art de Kanazawa, Japão, e expografia da arquiteta Kazuyo Sejima, sócia fundadora do escritório SANAA e vencedora do prêmio Pritzker em 2010, reúne obras de arte, fotos, vídeos e depoimentos de moradores de Inujima. A exposição conta também com uma grande representação arquitetônica do espaço geográfico da ilha, famosa por suas pedreiras, responsáveis por atrair o interesse da indústria ao local até meados do século XX. Depois da passagem pelo Brasil, a mostra segue para Londres e Los Angeles dentro do programa de itinerância global da Japan House.
A Revitalização Cultural de Inujima
Hoje, em meio às pequenas casas tradicionais japonesas que restaram após uma crise na atividade econômica e a evasão de habitantes, é possível encontrar obras de arte e arquitetura, quase como se a ilha fosse um museu a céu aberto. Este é o Inujima “Art House Project”, que desde 2010, promove a revitalização cultural de Inujima, com intervenções gradativas e de pequena escala, sempre em harmonia com a natureza e com a comunidade local. Junto à Fundação Fukutake, o projeto destaca o conceito togenkyo - utilizado para denominar algo comum ao cotidiano, porém único e cheio de riqueza. Inujima é um local que possibilita trocas de vivências especiais com os habitantes que ali vivem.
Antes de Inujima "Art House Project”, um outro projeto já destacava o potencial da ilha com uma primeira intervenção: o Inujima Seirensho Art Museum projetado pelo arquiteto Hiroshi Sambuichi, que esteve no Brasil em 2019, a convite da Japan House São Paulo para uma série de palestras, inclusive sobre as especificidades do projeto do museu.
“Os atuais habitantes passaram por diferentes momentos da ilha: de um passado industrial ativo até uma realidade de escassa atividade e pouquíssimos habitantes com faixa etária avançada, resultante em uma mudança radical de hábitos e interesses. É um projeto que ultrapassa as lógicas do pensamento arquitetônico de práticas puramente construtivas, que exercita uma arquitetura mais experimental. Por meio da associação “arquitetura e arte” propõe uma nova ocupação e uma nova maneira de se relacionar com o entorno. Sejima e Hasegawa criaram uma série de atividades para envolver os habitantes da ilha nesse lindo trabalho que estão realizando" - explica a Diretora Cultural da Japan House São Paulo, Natasha Barzaghi Geenen.
A Convivência Harmônica e Mutuamente Benéfica entre os Diferentes Organismos de Inujima
Como o próprio nome da exposição aponta, a simbiose se dá pela convivência harmônica e mutuamente benéfica entre diferentes organismos – o passado e o contemporâneo, o meio ambiente e a ação humana, moradores e visitantes dessa ilha tão ímpar.
“Aos poucos, o projeto está mudando o panorama local. Trata-se de um processo de recriação e valorização da paisagem da ilha ao mesmo tempo que preserva e valoriza a sua história”, comenta a arquiteta Kazuyo Sejima, que também esteve no Brasil em 2019, quando realizou algumas palestras na Japan House São Paulo. Dentre os destaques, está a Casa F, que traz obra de Kohei Nawa, artista de relevância internacional que expôs individualmente na JHSP a mostra "Espuma", em 2017. Além disso, no Inujima Life Garden, um deslumbrante jardim ecológico localizado a uma pequena distância do vilarejo, na região oeste da ilha, onde foi recuperada uma estufa de vidro e construído um café ao ar livre. O projeto ainda oferece vários workshops e aulas para os habitantes locais aprenderem sobre a convivência com as plantas. Na residência artística, é oferecido um ambiente onde os artistas podem habitar e vivenciar o cotidiano da ilha enquanto desenvolvem seus projetos.
Obra de metal prata, com aspecto espelhado, pendendo do teto.
“A ilha toda está imbuída de um passado marcado, que ao invés de ser apagado, coexiste com uma renovação contemporânea importante e harmônica, que valoriza e inclui a população existente. É um interessantíssimo modelo de revitalização regional em desenvolvimento no Japão que pode servir de inspiração. Aqui no Brasil, podemos pensar em alguns paralelos muito bem-sucedidos como o Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG) e a Usina de Arte, em Água Preta (PE).”, acrescenta Natasha. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Simbiose: a ilha que resiste” conta com recursos de audiodescrição, libras e elementos táteis.
Para mais informações sobre Inujima "Art House Project”, acesse- site em inglês.
Simbiose: a ilha que resiste. Exposição em cartaz na JHSP.
Inujima "Art House Project" S-Art House. Haruka Kojin “contact lens”, 2013 Takashi Homma
Serviço:
Simbiose: A Ilha Que Resiste
Período: de 30 de novembro de 2021 a 6 de fevereiro de 2022
Onde: Japan House São Paulo, 2º andar
Custo: entrada Gratuita
A exposição conta com Recursos de Acessibilidade
Reserva online antecipada (opcional): https://agendamento.japanhousesp.com.br/
Japan House São Paulo
Endereço: Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo
Horário de funcionamento:
Terça a sexta-feira, das 10h às 18h*
Sábados, das 9h às 19h*
Domingos e feriados, das 9h às 18h*