Descrição
O Teatro Santa Roza é o mais antigo da Paraíba e o quinto mais antigo do Brasil. Foi palco de importantes acontecimentos artísticos e históricos da Paraíba, como a assembleia que concebeu a bandeira do Estado; a sessão da Assembléia Legislativa que mudou o nome da capital estadual de Paraíba para João Pessoa em homenagem ao então presidente assassinado em 26 de julho de 1930; e ainda funcionou como cine-teatro no período de 1911-1941. A pedra fundamental para a sua construção foi oficialmente lançada em dois de agosto de 1852, por meio da Lei Provincial n. 549, durante o governo de Francisco Teixeira de Sá. A edificação ficou sob a responsabilidade da Sociedade Particular Santa Cruz, sendo suspensa em 1882, por falta de recursos financeiros. A obra foi retomada durante o governo provincial de Francisco da Gama Roza, de onde vem o nome “Theatro Santa Roza”. Existe uma polêmica do “S” e do “Z” na grafia da palavra Roza. Uns defendem que deve continuar com Z por ter sido uma homenagem ao então governador Francisco da Gama Roza e outros, com S, que é a forma etimologicamente correta, proveniente do latim rosa. O espaço foi inaugurado no dia 3 de novembro de 1889, ocasião em que foi apresentado o drama: O Jesuíta - ou O Ladrão de Honra, de Henrique Peixoto. Doze dias depois da inauguração do teatro, foi proclamada a República no país e Francisco da Gama Roza perdeu seu mandato. Venâncio Neiva, o primeiro governante republicano da Paraíba, mudou o nome do teatro para Teatro do Estado, mas esse ato foi revogado. João Pessoa, então candidato a vice-presidência da Paraíba, quis mudar a sua localização por considerar aquela área, na época, marginalizada. Todavia, ele foi assassinado antes de conseguir executar o seu plano. O edifício, voltado para o Sul, é situado no antigo Campo do Conselheiro Diogo, hoje, Praça Pedro Américo no centro de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. O Teatro que tem 412 assentos é um monumento representativo da arquitetura civil de seu tempo, tem estilo neoclássico com influência greco-romana. Para a construção das paredes foram utilizadas pedras calcárias e, para os camarotes e revestimento interno, madeira do tipo Pinho de Riga (hoje considerada madeira nobre, na época do Brasil Colônia e Império era usada como lastro de rolete em navios que vinham da Europa e descartada quando as embarcações chegavam ao cais do porto de destino, sendo reaproveitadas na construção civil). Para um teatro com mais de 120 anos, é natural que ao longo desse tempo tenha passado por várias reformas e restaurações, porém todas as intervenções arquitetônicas tiveram a preocupação de conservar o estilo original. O teatro, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é considerado ícone da cultura paraibana e patrimônio do Estado, vinculado a Fundação Espaço Cultural da Paraíba. Pode-se afirmar que o Teatro Santa Roza continua vivo, pois está sempre promovendo ou apresentando grandes espetáculos teatrais, recitais de poesia, consertos, cursos de dança e de formação de ator. O Teatro tem sua história imortalizada nos livros Santa Rosa, um teatro centenário e Um teatro de 120 anos (1889-2009), da jornalista e escritora Fátima Araújo.